Chegas com a luz do dia, no mistério calado de saberes
O tanto sou teu a te espreitar incessante incomparável
O que revelaria teu aparecimento de fim e de princípio
Tu que és substância, absorta do fragmento da estrela
Desde o impacto inicial me irradiaste o negro vocábulo
A consciência do “silêncio sonoro” é como eu o nomeio
O mistério de dar-se sem dizer e amar de todo coração
Nesta relação de desprendimento me sacias repentino
Quais os argumentos de filha pródiga vens a me povoar
O pulso lúcido colapsando a fonte da noção e procriar
A compreensão global do verbo, nosso pecado original
Uma voz que para decifrar não se cala em seu arbítrio
De rosa a rocha, do raio a rio, de riso a rito e do ritmo
Um episódio de realidade, eco vibrante avança a tarde
Fluxos de diálogo me fluem nos lábios, nos olhos ávidos
Povoando plena ligação de nossas histórias longínquas
Sua completude, sua nulidade, o sonho para entranhar
Ouço o coração qual madrigal transparente do tempo
Um pulso amoroso e teus cabelos já moveram o mundo
Meu mundo! Vacante, imemorial e outras vezes ameno
Vencemos o espaço-tempo, caudal da ignorância crua
Fizemos do reino de cada um, nosso reino de todo um
O sabor da consciência de quem sabe andar no sonho
Ébrios de Deus nos pulsa a veia elemental amor e arte
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