Se escrever é fazer mágica, sou um mago; se for transformar, sou alquimista; se for dominar mistérios, então sou bruxo. Vim transmutar sentimentos em palavras e vice-versa. Os poemas falam de imagens, sentimentos e sonhos. Tudo se passa na vida real ou na surreal. Ao lê-los tenha atenção ao que está oculto nas entrelinhas. Deixe que os versos te levem onde o vento quiser levar. A musa de meus poemas é a vida. Estejam atentos, pois as palavras são metade de quem escreve e metade de quem lê.
sexta-feira, fevereiro 14
quinta-feira, fevereiro 13
Mosaico
Meu
pensamento se retorce em um mosaico
De
pequenas palavras
que colam-se entre si
Voo
entre as folhagens verdes e
vespertinas
Para
esboçar pontes de tinta sobre abismos
De
minha percepção, na tarde, pelas
janelas
Vejo um olhar tênue,
teço palavras, acentos
Vejo espelhos onde ficou
a nossa juventude
Enquanto ouso desvendar
sigilos cotidianos
Alento
imperceptível nas margens do existir
Carrego
na alma sementes do silêncio diário
Dos
negros presságios tatuados na memória
Restos
do amor que se fala, mas não se
vive
Se a estrada da vida
se assemelha ao sonho
Sonharei
que o sol chegará incandescente
Em sua capa de ouro para
olvidar a lágrima
Toda
essa tristeza milenar inscrita no tempo
Tal
a cicatriz oxidada que ontem era ferida
Perder-se-á
no labirinto
de asfalto da cidade
Que desliza na noite
com cheiro de jasmim
quinta-feira, fevereiro 6
Não, não
Não,
não sorriasDois
olhos tristesTe caem
tão bemMeus
lábios arrependidosBalbuciam
teu nomePara
ver-te chegarNão,
não digasDeixa-me
acreditarTua voz
tranquilaA minha
eloquenteEm teu
ar de amorNão,
não choresCantes
baixinhoO rumor
da chuvaIrá te
acompanharNão o
silêncioAs
lágrimas no poemaNão te
pertencemNão,
não te vásAo
passar a portaNa
segunda páginaO amor
perdidoEnfim te
encontrou
A Sólida Sinfonia da Mudança
Allegro giustoDas profundezas de tua angústia, ouça o chamado mágico
É tempo de rescrever tua mente e deixar agonias para
trás
Prove que tu és aquele homem, o qual sempre disseste
ser
E deixes de andar em círculos numa perda inútil de
tempo
Em uma mínima gota de orvalho, pode conter um universo
Veja nela o reflexo do sol, que aponta a um novo
caminho
O qual começa logo ali na esquina e se perde no
horizonte
Para cruzar a linha que fica entre estes versos e o
silêncio
Sostenuto, ma
non troppoMuitas estações passaram desde que deixei tudo para
trás
Descobri então que mudar pede que eu seja o meu mestre
Crucifiquei todos aqueles abismos que habitavam em mim
Foi assim que me encontrei, que me fiz novamente
inteiro
O ódio é inimigo da coragem, cega os olhos e traz o
medo
Grava-se nas palavras e eclipsa a lógica e o
entendimento
Então vem o silêncio, terreno que é fértil para o
desamor
Blinda o peito de sentimentos e rescinde todos os
sonhos
Adágio largo e
mestoA realidade se assusta com o chamado da memória crua
A navegar por mares de vazio que um dia já se conheceu
Finge cruzar ao outro lado somente para tentar ocultar
A culpa que deixou suas pegadas nos caminhos da noite
Há quem se contente de olhar tristemente para os erros
Há quem chore, pois chorar evita
ter visões mais claras
Mas, honestamente, quantos e a quais isso pode enganar
Se não tomar as rédeas e enveredar por novos caminhos
Andante con
spiritoA maioria das pessoas não se
satisfaz, mas nunca é tarde
Meneio a cabeça, a verdade não está
justo numa palavra
Concebo as respostas, mas as perguntas estão em sonho
São as sementes que espero germinar
o dia que chegares
As flores exalarão seu perfume na
cálida brisa das tardes
A emoção revelar-se-á por imagens, na música construirá
O poema se expande pregado na
porta colorida do tempo
Imagino um futuro mais claro, vivendo a vida ao teu lado
Pegadas na Areia
Poeta, porque
apagas da folha teus escritos
Como a maré alta apaga da areia as pegadas
Sem misericórdia, recuar o papel ao branco
Qual quem após a
perda, flerte com a ilusão
Todavia, saibas que
o tempo não volta atrás
E na folha quase branca restará um balbucio
Do que já fora ontem escrito a te denunciar
Como resta no fundo do peito a melancolia
Mágoa que se prolifera tal qual erva daninha
E lá ainda estará tua musa tão leda e faceira
Como no dia que partiu, antes de raiar o sol
E tu que lhe lavraste e semeaste teus versos
Ora queres negar que a ela fosse a tua lavra
Saibas que resta nos dedos uma nódoa azul
Que sem saber a
pena a adquiriu no tinteiro
Tão fresca, úmida
e fértil pronta a germinar
Palavras cortesãs que tu almejavas tão fiéis
Ainda cintilam e não te permitem olvidá-las
Não julgues que o cântaro irá transbordar
Sem que te empenhes a levá-lo à nascente
Não esperes a maça madura no frio inverno
Ainda ardem os
olhos sob a luz do deserto
Do peito vazio, silabas fugidias das frases
Não são, qual serpentes, boas conselheiras
É chegada a hora de apenas virar a página
No silêncio
tangível e cintilante do oblívio
Retomar tua vida
dos demônios d’antanho
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