quinta-feira, fevereiro 13

Mosaico

 Meu pensamento se retorce em um mosaico
De pequenas palavras que colam-se entre si
Voo entre as folhagens verdes e vespertinas
Para esboçar pontes de tinta sobre abismos
De minha percepção, na tarde, pelas janelas
Vejo um olhar tênue, teço palavras, acentos
Vejo espelhos onde ficou a nossa juventude
Enquanto ouso desvendar sigilos cotidianos
Alento imperceptível nas margens do existir
Carrego na alma sementes do silêncio diário
Dos negros presságios tatuados na memória
Restos do amor que se fala, mas não se vive
Se a estrada da vida se assemelha ao sonho
Sonharei que o sol chegará incandescente
Em sua capa de ouro para olvidar a lágrima
Toda essa tristeza milenar inscrita no tempo
Tal a cicatriz oxidada que ontem era ferida
Perder-se-á no labirinto de asfalto da cidade
Que desliza na noite com cheiro de jasmim
 

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