Sou ave migratória que carrega a saudade no
sobrenome
Ave disciplinada na vida, a sempre oferecer
a outra face
E desde menino nunca recebi o lume de provar a
verdade
De caligrafia e voz frágeis vivi a dúvida sobre minha arte
Obrigado a buscar acolhida no território oculto da
noite
Sem, todavia, permitir a sombra se apossar de minh’alma
Hoje meu poema carrega selos de amargura e melancolia
É assim que minha voz há tanto escondida ora se espalha
Assim poder falar às cinco da tarde de fome e de desejo
Para ser violino, contudo soar muito mais como um oboé
Rebelar-se contra a tristeza qual um trem desgovernado
Espalhar arpejos iluminados por lembrar do amor que foi
E no litígio dos dias desaprender a odiar, é de novo abril
Não temer, prematuramente, pelo inferno ou um abismo
No final do caminho que antes caminhava olhando o céu
Amamos o que não temos, a areia escorrida pelos
dedos
Nada se avista o que já ruiu detrás da névoa de outono
Então que vente o vento onde venta viva a tua
memória
Na capa do poema onde teu nome, dourado, ainda vibra
De caligrafia e voz frágeis vivi a dúvida sobre minha arte
Sem, todavia, permitir a sombra se apossar de minh’alma
Assim poder falar às cinco da tarde de fome e de desejo
Para ser violino, contudo soar muito mais como um oboé
Rebelar-se contra a tristeza qual um trem desgovernado
Espalhar arpejos iluminados por lembrar do amor que foi
E no litígio dos dias desaprender a odiar, é de novo abril
Não temer, prematuramente, pelo inferno ou um abismo
No final do caminho que antes caminhava olhando o céu
Nada se avista o que já ruiu detrás da névoa de outono
Na capa do poema onde teu nome, dourado, ainda vibra
Nenhum comentário:
Postar um comentário