Não mais seguirei pelos caminhos que julgas teus
Pois ficaste estática, muda de irrevogáveis passos
À espera que se frutificasse o que do céu não caiu
Como se obscuras tenazes raízes fixassem teus pés
Porém, deves seguir em frente por onde sonhaste
Que como sabes voltar atrás não poderás. É tarde
Devias ter vencido o abismo sobre a corda bamba
Alcançado a outra margem e transpor sua sombra
Quando fores reencontrar o que se fez invisível
Não o poderás julgar, sem teres a ciência de tudo
E jamais a terás, então o silêncio será conselheiro
Não olvides o destino: é enredo de mãos invisíveis
Te surpreenderás quando solenemente vier a luz
A trazer a revelação que a sanidade não imporia:
A imagem de que foges é a imagem que procuras
A figura da qual te eximes é a figura que te falta
Os fios da vida que almejas são linhas deste poema
Empilhadas sob minha pena: nem traços inofensivos
Nem pedras de alguma longínqua e agreste escarpa
Mas conhecimento que se abriga sob olhos levianos
A verdade não é a arvore que frutifica ou sombreia
É o fruto de uma difícil entrega para calar os medos
Outorgados ao nasceres, não importa quão rebelde
A resposta é da cor da paz, mas tem o som da fúria
Contudo deves ter por certo que livre desses temores
O coração pulsa mais se alheio aos reclamos da razão
Gera uma luz desmedida que se irradia e ofusca o dia
Traz em si um quê de eternidade e dois de esperança!
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