Lados ocultos congraçam a
face exata que não se vê, mas que se sabe
Revelados como a fronte de
uma casa esconde seus quartos e janelas
Seus espaços que resultam num
acalanto presumível mesmo sem ver
No interior de cada cômodo
um sucessivo desdobrar é assim abstrato
Alguns lapsos fugidios de memórias
perdidas se aninham na ausência
Porem acordo, numa manhã
fria, uma hora sempre há de se acordar
As janelas estão fechadas, dias
distantes, certo quarto não existe mais
Figuras do passado, postas
em sótãos que a memória recusa revolver
As imagens se quedam, frias
como os dias inertes na escada do tempo
A ficção desvenda e cede as
chaves que a fecham para o mais incauto
Os sons distantes supõem uma
face acreditada, mas que jamais existiu
Olho em volta e vejo
pessoas, tristes como os dias, procissão de velas
Que vêm em silêncio à
exceção do tropel arrastado de suas desilusões
Se vão como peças mal
esquecidas e mal lembradas d’outra dimensão
Suas faces não têm
aparência, são instantâneos vagos, adeuses velados
Num ponto central dessa
casa em todo seu esplendor, ora frio e branco
Éramos nós os ocupantes
fieis à repartição de todo um espaço tão real
Nossas vontades as taboas
do soalho; nossa paixão o verniz volatilizado
Impregnando as paredes de
um odor que já identifica o vazio, a ausência.
A casa é o retrato de seu
senhor, e assim nossa casa era feita de virtudes
Porém deixamos de cultivar,
permitimos que nosso ego nos isolasse a sós
Erros que se desdobram em
seu centrismo para nos alijar de sentimentos
Restamos planos,
adimensionais, como num retrato que vai esmaecendo
Qual a imagem que se
apequena no retrovisor de um carro que já partiu
Nem um aceno ou uma
despedida, apenas um sumir sem qualquer razão
Os dias seguem
indiferentes, nada em nossos corpos denuncia essa falta
Se a promessa de vir ter
por aqui sob qualquer condição foi descumprida
Não ouvirei teu pranto e
nem me tocarão tuas lágrimas caídas silenciosas
Não te doerão minhas dores,
nem te afligira minha interminável angústia
Éramos partes de um só, mas
seguiremos separados por mais outra vida
:o(
ResponderExcluirPois é... gostaria de ser adolescente com a cabeça de hoje.. Os adolescentes são impulsivos. Certo? errado? não sei dizer! na verdade acho a sinceridade seria o mais correto.
ResponderExcluirtbm acredito em outra vida.