Foi um dia e nasceu como um desses
dias estampados pela mesmice
Esses quais dias as vibrações vêm
diluídas na aritmética cotidiana
Mas em seu ritmo interior tem
oculta a ansiedade de uma chegada
Na aspiração de articular o verbo
como se afina as cordas da harpa
Nessa aparência disfarçada de
normalidade, nuvens ocultam o sol
Na chegada a mente atravessa a
rua como fosse um abismo fictício
O dia se passa com sorrisos e
amenidades sem perder seu mistério
Mas chega o entardecer e tudo
flui e o caminho é pérvio e estuante
Uma labareda
invisível denota a expressão que condensa o desejo
Os olhares lançam seus símbolos que
a voz, em semitom, não ousa
Nossos lábios afogueados se unem
e se descobrem em atrevimento
A tarde se faz brilhar como estrela ou diamante, pedra ou explosão
E a vida renasce num abraço denso
e virginal, na energia do prazer
A revelar em
sua planície um envolvente perfume de rosas ao vento
É a vida conferindo novas sementes
para outra vez germinar a vida
O sabor de teu hálito e o toque delicado das mãos que me escapam
E o que era
silêncio se fez música, marcando para sempre o coração
Juntos reescrevemos
os limites do tempo no fogo amoroso da carne
E ainda
sinto a delicadeza de teu abraço, de teu beijo e de teu corpo
No aconchego
de teu abraço a vida celebra a doce mística de nossas
virtudes que
transformam um homem em herói e o arquétipo em
mito
Simplesmente maravilhoso.
ResponderExcluirTipo, mais sonho que realidade.. Está certo que cada um entende diferente. De qualquer forma, gostei!
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