Na noite que brilha as estrelas, imprimo
o verso em folhas secas
Sento-me à
sombra de dez mil segredos que o vento lírico almeja
Em horas tranquilas afogadas no
esquecimento acetinado e azul
Tenho sede do vinho que refresca
a mente e que realça as ilusões
Eu muito andei pelas veredas da
vida, vezes contra a correnteza
Uma noite no limbo de um beijo
apressado sob os ventos do sul
Outra a repousar em um colo
sereno ao fim da longa caminhada
Sei que tudo muda no fio do tempo e se incorpora noutro espaço
Sei que tudo muda no fio do tempo e se incorpora noutro espaço
O amor pode vir do pecado, penetrante
como lâmina de frio aço
E tudo desaba retumbante em
pedaços na primeva luz da manhã
Mas pode vir do coração na resposta
contundente a toda dúvida
Que sempre insiste em atear chama
à vela e põe fim ao labirinto
Quem aspira ao
amor, que não se cegue, deve saber que há a cruz
Leda, levianamente, pois a vida
não corre só ao som dos violinos
Sempre chega a hora da partida e
o silêncio preenche os espaços
Haverá que se perdoar fatos havidos
nos idos dias tempestuosos
Amar é ter o fogo que nasce
depois dos pontos finais das ilusões
Quantos passos já caminhei em
espaços ausentes dessa presença
Quantas auroras incipientes,
quantas noites estéreis e solitárias
Receei um dia a mágoa fosse escrever
um poema frio e sem rosto
Mas urge se reinventar para
habitar o corpo amado com ternura
Deixar as incertezas se perderem
na distância, meio à névoa fria
Celebrar o segredo contido nos suspiros
da respiração apertada
E ser uno, íntegro e intenso, para a emoção irromper em mil cores
E ser uno, íntegro e intenso, para a emoção irromper em mil cores
Se o amor é dor, mais é luz,
lembre-se nem toda flor tem espinho
Sempre lindo demais!
ResponderExcluirGostei muito desse novo Noturno.. Em quase tudo tem uma Cruz. mas precisamos saber como contorna-la.. bjs Adorei.
ResponderExcluirLurdinha
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