Agora que a
infância é apenas uma vaga lembrança
Penso que despertamos para as lutas cedo
demais
Não nos foi permitido ter tempo para amadurecer
Foi nesse ponto que nos conhecemos, parecia real
Juntos por fartas estações e estações, sóis e luas
Palrando pelo dia, saboreando o silêncio da noite
Tão longe encontramo-nos da terra que nascemos
O tempo não nos dá trégua, o ponteiro gira veloz
Se cairmos
devemos nos erguer antes de nos curar
Estes são tempos excêntricos e o futuro é agora
Mal podemos olhar o céu e nem podemos sonhar
O calendário já não aponta os primeiros suspiros
Folguedos não há mais se bem que busquemos jogos
Brincamos à beira mar ao som do mar a nos guiar
Apreciando as cores poucas
que se pode observar
Ondas vem e vão, eu ansiando margear teu coração
E tu também
voltavas, voltavas sempre a me olhar
O barco navegando
em silêncio em busca da terra
Há lembranças
contraditórias que se estabelecem
Em nosso coração a fazer um viveiro de estátuas
Um momento na tarde a cabeça sobre o teu peito
E éramos os
dois assíduos á chuva de fim de noite
E ali nós de mãos entrelaçadas e coração sonolento
Assim caminhamos no túnel
secreto do amanhecer
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