sábado, janeiro 4

Ode do Poema Alado

 Pássaro celeste, fábula girando em espiral
Entre nuvens de espelho em um céu claro
Foram os baques da vida que te ergueram
Um palácio de gelo e silêncio ao teu redor
Fez da solidão tua estátua mais cintilante
Mas ainda te levantas das terras sombrias
No sonho que te guia pela tão longa noite
Nesse encanto ímpar de tão drástico voar
Sob o coro de astros, liberto de toda raiz
Assim é viver alado do ofício de escrever
E desnudar segredos, desvendar labirintos
Sorvendo em negra taça, místicos licores
Transportar-se lúcido aos domínios do sol
Pelos angélicos degraus da escada ao céu
Nas madrugadas indormidas sob os astros
És o alquimista que faz de palavras versos
E as deixas a flutuar, tais pérolas mágicas
De fabulário, enigma de todas tuas vidas
E, leve tal o vento, reinar em teu alcácer
A criar sorrisos e lágrimas do teu poema

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