quarta-feira, outubro 1

Paradoxais Paroxítonas

O quadro vazio
Nos ensina o medo
Falamos de claridade
Mas somos sombras
Suplicantes
Mesclados
Rostos que vêm
Rostos que vão
Signos de mistério
Vivemos a caçar
Mas somos a caça
Da noite
Do vinho
Cruzo pontes
Mas queria o abismo
Lemos a sangue frio
Escrevemos poesia
A mulher loira
Se inclina
Para cheirar a flor.

Roman d'Amour Moderne

 Ao longe um apelo
Grito surdo abafado
Que persiste
Expira,
Espira,
Respira
Busca o infinito
Seu leito
Coração da noite
Abrigo
E o silêncio
Enorme
Tenho fome
Não demore
Teus lábios
E essa noite
Insanas trevas
Como consegues
Consciência
Consistência
Coincidência
Olhe, podes ir
Na boca, da noite,
eles se beijaram
se amaram e
disseram adeus
Sua vida
subitamente
seguiu quase
imperceptível