sexta-feira, novembro 7

Lampião

 
No amanhecer da noite entre lençóis
Achego-te lânguida em meus braços
Tua figura envolvente meio à batalha
Ao pé do ouvido, me confessas amar
Sílaba que tu insinuas discreta e lenta
Na névoa oculta de silentes falsidades
Das cinzas olvidadas em dias passados
Desembainho a espada com um sorriso
E olho-te num quase vingativo silêncio
E assim tu perseveras a me fazer amor
Qual algemas em sentimentos binários
Teu corpo nu desdobrado no colchão
Lá fora, as sombras permeiam as ruas
Pela noite vazia, nenhum sinal de vida
Neste meu abrigo, teu calor contagia
Sentimentos e prazeres se confundem
A porta permaneceu há muito aberta
Longos caminhos te trouxeram a mim
No amargo da ausência foste lua nova
Ora te derramas em vinho e esperança
E o velho lampião acende a eternidade

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