Meu mundo era a
solidão que tanto contemplei sem ter alento
Mas um erro de
clique veio transgredir o círculo de isolamento
De uma forma
inusitada a conheci numa das voltas da ventura
No mundo
cibernético, num jogo tipo de perguntas e respostas
Lá estava ela,
sua forma aflorava-se com harmonia e equilíbrio
Sem saber que
não me podia responder, a ela me dirijo e insisto
A vida
novamente atira os dados do fortuito e surge a resposta
Abre-se um portal,
que imagino de mil feixes alados multicores
E num
movimento não mais que fugaz condensa o pensamento
As palavras
são bálsamo para a alma como a argila o é ao oleiro
Uma figura criada
do barro a alterar toda dimensão do possível
Vão os dias e
ela se materializa na melhor proporção de mulher
e de criança, toda
minúcia de seu ser é ato de geometria e ritmo
E nosso
encontro se expande de esperança em todas as direções
Então, juntos sob
a fina garoa caminhamos por muitas calçadas
Sem destino,
apenas desfiando as marcas de dores incrustradas
E o que era
dor, ora amenizada, nos leva por úmidas ruas ao alto
Ao chegarmos
ao topo, tudo era pálido, fosco e a baía mal se via
Meio ao
tumulto de vozes, o tempo restaura viva a trama da vida
O frio que
assoma ao mirante requer o calor de um terno abraço
E o carinho
renasce libertando a noite de uma face mais obscura
E nossos lábios
se tocaram, ávidos, e trocamos carícias, carinhos.
Notório que meus
pássaros selvagens anseiam habitar seu corpo
E sob um céu
redesenhado a noite explode em um brilho inigual
O que eram parcas
pálidas luzes por detrás da garoa, ora refulge
Onde era
névoa, agora a cidade se descortina em luzes cristalinas
Magicamente
viajamos a outra dimensão, estávamos apenas nós
Olho ao
futuro, por fim liberto dos grilhões amargos do passado
Abro a perspectiva
que a unidade de tempo do amor é o infinito
E que a vida possa
ser um caminhar lado a lado e de mãos dadas
Depois de
muitos passos juntos quando ao final a morte chegar
Poder então
erguer meus olhos na mesma direção dos olhos dela
Para, relembrando-a
como vencemos a indiferença e a amargura
E não
permitimos que nenhum sonho fosse desfeito, vir beijá-la
longamente,
enquanto os querubins anunciam em doces notas
com suas
trombetas, ao paraíso, a chegada de mais um morador
>>> *inigual* - licença poética. O correto é desigual.
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ExcluirQue bom que você deixou um sinal de sua passagem por aqui, Fico feliz com isso. bjs.
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