sexta-feira, abril 12

Queda

 

A praia abraçava teus dourados cabelos banhados do sol

As aves marinhas cantavam teu nome bailando pelos céus

E a brisa cálida espalhava um bálsamo de verão pela tarde

O mar que mansamente beijava a areia, iniciava o ondular

Espalhando o branco da espuma até onde se pode avistar

Das falésias vimos o crepúsculo despedir em raios rubros

Lembro o doce brilho intangível de teus olhos luminosos

Quais faróis salvando da velha dor selvagem e angustiosa

E no teu seio fui aprender a sorrir e desdenhar da morte

Mas o riso certo dia calou-se e vieram trevas impetuosas

E a melancolia fria qual um lamento tomou conta de mim

Um abismo onde antes fora o brando horizonte azulado

Torna a clara paisagem limitada ao infortúnio misterioso

Da imagem de teu corpo, triste, e as espumas em sangue

De suas asas imóveis, conspirando a um transe pungente

Cena e forma incipiente debaixo de meus olhos atônitos

Numa múltipla certeza de uma queda e de um final veloz

De um único sopro e o vento a sacudir tuas leves vestes

E o encontro com as duras rochas foi um só pensamento

Uma dor instantaneamente agigantada num golpe de luz

 

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