A praia abraçava teus dourados cabelos banhados do sol
As aves marinhas cantavam teu nome bailando pelos céus
E a brisa cálida espalhava um bálsamo de verão pela tarde
O mar que mansamente beijava a areia, iniciava o ondular
Espalhando o branco da espuma até onde se pode avistar
Das falésias vimos o crepúsculo despedir em raios rubros
Lembro o doce brilho intangível de teus olhos luminosos
Quais faróis salvando da velha dor selvagem e angustiosa
E no teu seio fui aprender a sorrir e desdenhar da morte
Mas o riso certo dia calou-se e vieram trevas impetuosas
E a melancolia fria qual um lamento tomou conta de mim
Um abismo onde antes fora o brando horizonte azulado
Torna a clara paisagem limitada ao infortúnio misterioso
Da imagem de teu corpo, triste, e as espumas em sangue
De suas asas imóveis, conspirando a um transe pungente
Cena e forma incipiente debaixo de meus olhos atônitos
Numa múltipla certeza de uma queda e de um final veloz
De um único sopro e o vento a sacudir tuas leves vestes
E o encontro com as duras rochas foi um só pensamento
Uma dor instantaneamente agigantada num golpe de luz
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