terça-feira, março 11

Antídoto / Antidoto / Antidote

Os livros tediosos narram histórias inúteis e poesias baratas
Invadidas por frases enfermas, por lívidos versos para sofá
Já se tem o quanto baste! Vim a inaugurar uma nova poesia
Pronta a ser proibida, a escandalizar vocábulos intencionais
Desnuda de cobiças, proposta nuclear para ouvidos finos
Não venha imaginar que me tornei poeta, por cair do céu
Poeta, sou quântico tal todo homem na terra, um não anjo
De versos imersos em ozônio e aranhas a circundar moscas
Um novo arco nos céus, abraçador e destruidor de ídolos
O poeta que tatua na testa a marca de ser não decorativo

Antes, saído do sonho, a andar entre homens tal fosse um
Um poeta para o cotidiano, de presença nas ruas e praças
Onde sente e converse com transeuntes, inovando as letras
Palavras d’uma nova gênese, vigilantes, de punhos cerrados
A ilusão criada, mordida a frio, verdade que vem a galope
Tenho como espaldares, correias de arado a semear o grão
Deito, sem angústia, carícias maternais que tocam a terra
Pois, que me diga aquele que julgar que estou equivocado
Eu o retrucarei com minha estrofe nua, à face da alvorada
Cuspindo fora o que haja de amargo, reescrevendo nuvens
E jamais me quedarei aos pés da república para ser aceito
Pois que me oponho à liberdade seletiva ou de conta-gotas
Dos que a vendem por uns poucos centavos aos coiotes
Há dez anos convivo com a morte sem suspiros e lágrimas
Olho aberto noite e dia e não serei surpreendido pelo fim
Sou anti-espelho de meu tempo, a antítese de caudilhos
Meu poema é, apenas, antidoto aos que sofrem de silêncio
 
Los libros aburridos cuentan historias inútiles y poemas baratos.
Invadido por frases enfermizas, por versos marchitos para el sofá
¡Ya tenemos suficiente! Yo llegué a inaugurar esta nueva poesía
Dispuesto a ser prohibido, a escandalizar palabras intencionadas
Despojada de avaricia, una propuesta nuclear para oídos delgados
No vengas a imaginarte que me torné en poeta cayendo del cielo
Poeta, yo soy cuántico como todo hombre de la tierra, un no ángel
De versos sumergidos en ozono y las arañas asediando las moscas
Un nuevo arco en los cielos, abrazando y destruyendo fetiches
El poeta que se tatúa en la cara lo timbre de ser 
no decorativo

Antes, saliendo del sueño, caminando entre los hombres como un
Un poeta para la vida cotidiana, con presencia en calles y plazas
Donde te sientas y charlas con los transeúntes, innovando las letras.
Palabras de una nueva génesis, vigilantes, con los puños cerrados
La ilusión creada, mordida fría, verdad que viene galopando
Tengo como respaldos correajes de arado para sembrar el grano
Me acuesto, sin angustia, caricias maternales que tocan la tierra
Bueno, que quien recapacite que estoy equivocado me lo diga.
Te responderé con mi estrofa desnuda, al frente de la alborada
Escupiendo todo lo acerbo, reescribiendo por los nubarrones
Y jamás subsistiré a los pies de la república para ser aceptado
Puesto que me opongo a la libertad selectiva o del cuentagotas
De los que se la trasfieren por meros centavos a los coyotes
Durante diez años he vivido con la muerte sin suspiros ni lágrimas
Mantengo los ojos abiertos noche y día y no me sorprenderé al final
Soy el anti espejo de mi tiempo, antítesis de los ‘honrados’ caudillos
Mi poema es sólo un antídoto para los que sufren por el silencio.
 
Tedious books tell useless stories and cheap poems
Invaded by sick phrases, by livid verses for the sofa
We already have plenty! I have come to install a new poetry
Ready to be outlawed, to scandalize intentional words
Naked of greed, a nuclear proposal for fine ears
Don't come imagining that I became a poet, by falling from the sky
Poet, I am quantum like every man on earth, a non-angel
Of verses immersed in ozone and the spiders’ circling flies
A new arch in the heavens, embracer and destroyer of idols
The poet who tattoos on his forehead the mark of no decorative
Rather, emerging from the dream, to walk among men as if he were one
A poet for everyday life, with a presence in the streets and squares
Where he sits and talks with passersby, innovating the letters
Words of a new genesis, vigilant, with scrunched handfuls
The illusion created, bitten cold, truth that comes galloping
I have as backrests, cultivator straps to spread the grain
I lie down, without anguish, maternal caresses that touch the earth
Well, let everybody who thinks I'm mistaken tell I personally
I'll retort with my naked stanza, in the face of dawn
Spitting out whatever is bitter, to rewriting the clouds
And I'll never stay at the feet of the republic to be accepted
Because I'm opposed to selective or dropper freedom
Of those who’s selling it for a few cents to the coyotes
For ten years I've lived with death without sighs or tears
I keep my eyes open night and day and I won't be surprised by the end
I'm the anti-mirror of my time, of the honorable caudillos
My poem is just an antidote to those who suffer from silence


Um comentário:

  1. Pela primeira vez no blog um poema traduzido (adaptado) em inglês e espanhol em comemoração aos meus 10 anos de renascido. Este poema permite ainda um sub-poema construído adequando as palavras finais dos versos: "As baratas/o sofá/poesia intencional/ouvidos finos/caem do céu/anjos, moscas, ídolos decorativos/homens, praças e letras/cerrados a galope/o grão, a terra equivocada/alvorada de nuvens/aceito a conta-gotas/coiotes e lágrimas ao fim/caudilhos em silêncio". Saudações.

    ResponderExcluir