sexta-feira, março 7

Universo

Tua presença em mim, bem assim, tua figura indelével
Se escreve como a paixão que não me deixa a caneta
Que vem povoar meus sonhos que se sonha sem saber
Saídos de uma pintura de Dali nos dias mais chuvosos
Uivo qual lobo à lua cheia, se tento teu nome chamar
Nestes trópicos onde lembrar de ti é a melhor carícia
Tenho sede, mas também medo de me afogar nesse rio
Vem meu anjo, vem saciar a sede de teu eterno menino
Vem mergulhar nos rios de meus sonhos, vem me salvar
Lembra de nosso riso lavado, nosso abraço apertado
Onde a palavra no poema é a palavra que diz do amor
Se repita uma e uma segunda vez, porque é belo amar
E repita mais outra vez, porque o amor não tem dono
Seja no sonho e na vida, na chuva vespertina de verão
E quando a noite vir, brilhem cortejos de vagalumes
Pelo não dito e pelo dito com as pupilas cintilantes
Os meridianos e paralelas, a caminhar entre moinhos
E se apagarem sóis, mundos e estrelas, não meu verso
Por todos eclipses, por ti orbitará todo meu universo


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