quarta-feira, maio 7

Selvagem

No silêncio dessa noite, corpos selvagens cheirando a jasmim
Encontram-se e partem entremeados de desejo e fugacidade
Línguas que não se indagam e bocas que não se questionam
Beijando-se horas, com seus punhais lívidos de denso deleite
Apenas se buscam e se encontram, no vai e vem dos quadris
Habitam-se mutuamente entre sussurros, são flor e espinho
Aniquilados com tanto prazer, não há vencido ou vencedor
As marcas que o amor lhes deixou, memórias que não ferem
A luxúria ancorada sem palavras, que não pede explicações
No tato da noite, na ponta dos dedos ele ofereceu o enigma
No tato da noite, na ponta dos dedos ele ofereceu o enigma
Nos mistérios da carne, ela acolheu os desafios a desvendar
Assim se fez sonho e na penumbra brilha a estrela do querer
Sentimentos atemporais, brevemente esconderão a nostalgia
Após um tempo sem início ou fim, convocaram o amanhecer
Do silêncio na noite, de corpos selvagens cheirando a jasmim

 

 


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