segunda-feira, dezembro 8

Hipnótica

Fecho os olhos e o negror de teus beijos me hipnotiza
Como se a noite, em uma onda, se aglutinasse em mim
Um momento intemporal que me sussurras ao ouvido
Excitando todas minhas moléculas a desafiar a física
Meu menino interior grita silencioso em sua fantasia
Nasci numa cidade distante e seus credos revelados
Um ônibus vermelho passou antecipado pela esquina
Teus olhos brilhantes a fitar os meus, me despertam
Imagens oníricas destas mãos que percorrem tua pele
Ignoro que poderias ter vivido inumeráveis destinos
Mas aqui estamos, dedos entrelaçados nesta volúpia
Em que te compartilho arcanos antes inconfessáveis
Qual se o eterno se consumasse num piscar de olhos
Neste minuto que a realidade se dissolve num abraço
Sob o céu gris sem estrelas és a minha alfa centauro
Fora da janela, fulgura o amarelo louco dos girassóis
Uma canção remota, por que é dezembro, soa no ar
Olho para ti, tua mística me envolve e quer de novo
Em nossa cálida intimidade, as noites se apequenam
A ave liberta regressa breve com o ramo de oliveira


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