terça-feira, janeiro 30

Convite

Sim, compreendo que minha escrita erudita te moleste
Mas é que não encontrei uma aptidão autêntica de ser
E dizer-te de uma vez que dúvidas também me acossam
Como simpatizar com a crisálida se existirá a borboleta?
Pisar firme sobre a experiência, mas sei que não é tudo
Sei que especular fala de espelho e ninguém se vê nisso
Sei também que não há lâmpada para essa obscuridade
Quantas vezes desejei ter as saídas p’ra esse embaraço
Mas, é tudo um cul-de-sac e acabamos no mesmo lugar
O que queres afinal, um azul prodígio entre os cactos?
Sem que tua busca, afinal, mostre as pontas agressivas
O problema é que os homens pequenos não veem assim
Constroem suas janelas de frente para os muros cinzas
Acham-se melhores ideias num congresso de toupeiras
Pois pega nessa guitarra, que o roque enrôu te espera
Para de ronronar, usa a gravata, a calça e a brilhantina
Sobe neste palco, lembra que o coração também pensa


Nenhum comentário:

Postar um comentário