A verdade de cada um
Andando na
vida, fui pateticamente romântico quase sem limites
Até onde fui e
as asas destacadas de meu corpo pelas tormentas
Até olhar-me
fruto de todo arcabouço desta semeadura humana
Percorrer
espaços após espaços e ver as perguntas sempre iguais
Passei portas
que fecharam às minhas costas qual fossem atalhos
Uma brevidade entre
um século de silêncio e me chamaram poeta
Um galardão
que não me fez enaltecido, mas serviu para somente
Lavar as mãos
da dor acumulada como se fora a poeira do tempo
Foi escrevendo
que pude entender o que não entendi só ouvindo
Tantas crenças
falsas no brilho das letras de grandes cabeçalhos
Se espalham
como um verdadeiro e fatal vírus a repetir a história
Ninguém se
volta ao espelho já baço para admitir verdades duras
Dando
preferência às miragens, ao certo bem mais complacentes
Ninguém expõe
as ideias à luz ou as submete às rédeas da justiça
Mas escolhe o
eufemismo que atenua erros e assim chamar de fé
Sustentando
toscas assertivas, qual alcandorados sopros divinais
Assim cheguei
à conclusão que a verdade de fato pouco importa
Antes, aquilo
que cada um se arvorou em verdade para ter razão
Razão essa
qual, a alguns tolos ou insanos, vale mais que ser feliz
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