No silêncio da noite afloram os pássaros noturnos que
nascem do negrume
Nutrem-se de um fogo insurreto em pleno voo que é
ausência nua e crua
Em seu voo feroz batem as asas frenéticas bem acima
das multidões céticas
As mãos se estendem à sua passagem em culto à sua
negra e esguia forma
Mas o vento norte que lhes dá a direção sopra forte inaugurando
a palavra
Seguem rápidos na velocidade azul do pensamento e se
vão rumo ao ocaso
Estar com os olhos abertos não significa que você
tenha plenitude na visão
Somente a fúria a permear as transparências revela a essência
de cada ser
Os corpos retornados ao pó veem abandonada toda a
tormenta cotidiana
Na busca de encontrar as saídas em meio às serpentinas
opções do dia a dia
Quando as bandeiras tremulantes forem vistas como
meros panos de algodão
Ver-se-á cessarem as disputas entre as cores para o
assombro dos belicosos
A paz virá borborejar na terra sob a sombra intercorrente
de mil asas abertas
Disseminada pela praga dos ideais de liberdade contra
a visão dos vampiros
E se incorporam alçando voo em espiral coalhando o ar
sobre os opressores
Prostrados em pânico, perplexos, com suas sombras
dependuradas nos pés.
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