Sigo cabisbaixo por entre lugares aos quais não
pertenço
Este mundo de suspiros que calam na minh’alma
inquieta
O vento de outono que sopra da serra quando o sol
se põe
Assobia uma triste melodia para a beleza do cair
da tarde
Meus pensamentos viajam com uma revoada de
pássaros
Que vão se recolher piando queixumes em meio às
árvores
Com o olhar penetro as camadas de neblina vesperal
a cair
A dança da chegada da noite se repete efêmera a
cada dia
Na minha solitude sigo os últimos laivos rubros do
ocaso
No vazio desta jornada inglória de memórias
tormentosas
Não há consolo aos heróis vencidos só um silêncio
infinito
Que se quebra somente com o estalar de passos na calçada
Enterro minhas ações em meio às folhas caídas no
caminho
Meu espírito desarticulado já não reconhece o que
é amor
Sacudo os sonhos, toco as flores ando pelos quatro
cantos
Queria tanto situar-me onde mereço, mas só há
escuridão.
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