Ouvi um chamado para ressurgir das profundezas de dias
inclementes
Para reorganizar meus rumos e adquirir um estado mental mais
sólido
Ouvi a música soando ao longe em um tempo de aromas e cores
vívidas
E deparei-me com a bruxa que me convidou a saborear do fruto
violeta:
"Olhe pela planície e veja que nenhum caminho o levará a qualquer
lugar
Nem descendo o rio ou após a esquina, próximo à borda ou mesmo
aqui
O ponto de chegada está dentro de você, a todo o tempo, em todo lugar
Um ponto de luz, uma gota de orvalho, um tom de graça ao
entardecer
Você escolherá as formas de cruzar a linha para mudar sua
própria vida.
Não acontece de imediato, não prontamente, mas certa manhã estará
lá
Estenda a mão para tocar a cor do céu: a vida é mais rápida do
que vemos
Mas haverá coisas mesquinhas a se preocupar e abandonar as
mudanças
Você que escolhe se chegará lá ou se tudo ficará muito, mas
muito longe
Você é seu mestre, as estações vão passar por você, por mais de
uma vez
O sol nasce você acorda, e se põe você se deita, acha que estará
tudo feito
Mas nunca chegará a saber o que aconteceu se não conhecer a si
inteiro
Independe do tempo, lógica, ou demais razões que não
compreendemos.
Quando se deixa assombrar, criará sua própria realidade lavada
de negro
E com o olhar eclipsado pelo ódio, apagará as palavras da lógica
e razão".
É o que diziam as estrofes da música daquela senhora de olhar
tristonho
Não dá escolher uma ou outra palavra para ter as respostas que
se espera
O real não está num ponto, a verdade é escrita ao longo de toda
a página
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