Esqueci teu nome nas voltas traiçoeiras da minha memória
Mas como não poderia se são tantas as coisas tuas em mim
O teu sorriso branco de pérolas, resplandecente, luminoso
Esteio nessas madrugadas escuras a me mostrar o caminho
Teus olhos a me evitar em meus arroubos de intemperança
Um mel de resistência meio ao pomar de doridas angustias
A tepidez esquiva de tua pele atrás de tênue cortina de ar
A aurora ilumina tua silhueta nua que recorta o horizonte
Também recordo de teus seios me apontando desafiadores
Os mamilos a me convidar, irreverentes sementes de desejo
Lembro de quando vinhas, o timbre harmonioso de tua voz
Dizendo-me que odiavas estarmos tão e tanto tempo longe
Que não importavam quais as incongruências do cotidiano
Que acordar ao meu lado dia a dia, era tua maior ambição
E eu, em meu perfil pensativo te olhava dormir nas manhãs
Vendo repousar em ti todo afeto que nos permitimos viver
Teus cabelos dourados em ondas, como campos de trigais
Dispersos sobre os lençóis refletiam toda volúpia da noite
Jamais olvidei, as curvas mais recônditas da tua anatomia
A essência mais profunda que alguém ousou compartilhar
E como recordar teu nome se és encarnação una do amor
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