terça-feira, setembro 30

Aldebarã

Nos meus poemas, descrevi-me qual pássaro que plana
Sobre as árvores que propõem histórias sobre homens
Escrevi dos peixes e escamas coloridas que não tatuei
Da areia que construí castelos e um farol à beira-mar
Disse, não do que fiz, mas do que viram estas pupilas
Todos saídos de meus sonhos pelos caminhos da vida
Infinito sonho, oceano de imagens, meu autorretrato
Anotei palavras que não entendia para me entenderem
Voei sobre a selva e sob um céu entre nuvens, tão azul
Juro não foi por intenção, queria tãoser criança
Que aprende a ler e descobre um mundo nas palavras
Imaginando o que poderia existir acolá do horizonte
Volte a dormir, a voz me disse, mas eu queria acordar
Descobrir a imensidão que na ponta desta caneta
Seguir cada rota errante, por as cartas sobre a mesa
Crer que nem o sacrifício ou a cicatriz sejam em vão
Que estes rabiscos deitados sobre a folha do destino
São o que me tornaram o pássaro em voo a Aldebarã
Apaixonado, meio a ventos boreais, cantar o amanhã
E para afrontar aos incrédulos, ainda, ousar ser feliz

 


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