O homem pode querer explicar o amor à luz
dessas geometrias pobres, insciente que não
Se perfaz só de linhas, paralelas ou curvas.
Sua existência feita de preces e serpentes,
Não se basta no conhecimento das colunas
arquitetadas em frios e silentes mármores.
O amor é arco que curva, também é flecha,
é um fluir de tintas, a insanidade da criação
que se esmerilha em sangue, éter e sonhos.
A configuração de uma alma é obra sem fim
é uma escultura regada de mínimos detalhes
espumas petrificadas em cores e singelos nus.
O amor é o que une a alma à carne, reescreve
a víbora em escrava plácida, desidrata o silêncio
rompe a distância e o abismo, estagna o tempo.
Por vezes, se disfarça em brandas formas nuas
se expande pela incorpórea brisa da tarde, onde
se filtrará, minuciosamente, pelas frestas do dia.
Na noite é a mágica que gera a fusão dos corpos,
Sempre à espreita, em movimento lento e brilho,
como quem quer saborear o existir se gravando.
Quero um amor acima e além de qualquer limite,
para que tudo mais se extinga e eu me entregue
sem receio, à promessa de que vingue o eterno!
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