Agora que o inverno
derrubará as folhas
avermelhadas pelo outono
que se retira,
Agora que o verde das
colinas é apenas
lembrança qual o trilar
dos pássaros,
Já ouço o chamar cinzento
das nuvens
à chuva fina que esmaece todas
cores.
Caminho à beira das casas,
despercebido,
enquanto meus lobos correm
nas planuras.
Livres pelos campos onde
certamente estás
Ainda sinto em mim o toque
de tuas mãos
vívidas a ansiar pelo
encontro das minhas
Sigo andando e meu
pensamento é distante
Como os jardins floridos
da adolescência.
Recordações assíduas de
cada dia sem sol
Na distância de teus
olhos, doces e vivos
De tua voz mansa e quente
a me chamar.
Cada detalhe de tua
existência vive em mim
Prossigo, em silêncio com
a voz embargada
Meus versos partidos numa
poesia inacabada
Na tua ausência o inverno
jamais me deixará.
Nada em mim é real quando
estou longe de ti.
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