Por
aqui é verão e nas ruas já corre o calor do fogo da estação
Fogo
vivo que se manifesta nos corpos e é o criador das sombras
Sombras
que se projetam nas tardes por entre praças arborizadas
As
pessoas sob elas transitam, reduzindo o passo, antes apressado
A
escapar do crestante sol que vai a pino logo abaixo do equador
Os
pássaros cantam dando um tom amoroso e bucólico à cena.
Vejo-te,
mas não sofres com solstício, não o sentes nem menos o vês
Presente
está apenas tua imagem prisioneira em folha de papel
Muito
além dos ácidos do tempo, tranqüila, permanente e bela.
Teu
corpo está impresso no meu tal qual tua imagem no papel
E,
vivo, modifica-se a cada vez que minha alma rompe o espaço.
Não
há distância aos que se entregam a uma paixão como esta.
Dois
seres que suas essências se transmutam e se unem no éter
Há
um encontro em êxtase, fora da ação do tempo, interminável
É
um momento de súbito calor da palavra no olhar quase parado
Instantes
de mágica, ternura e conforto que meu corpo, por vezes,
Nega-se
regressar do encanto e retomar o antigo jeito humano.
A
vida segue se esgueirando entre ruas e eu sigo pensando em ti.
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